sexta-feira, 5 de julho de 2013

João Gomes de Lira










JOÃO GOMES DE LIRA, PARA MIM IMORTAL
COMPLETOU 100 ANOS DE NASCIMENTO NESSE 03 DE JULHO DE 2013.

Entre tantos cidadãos que conheci João Gomes de Lira tornou-se o mais especial.
Suas inúmeras qualidades atraiam: era sincero, amistoso, alegre, jovial, bom ouvinte, apaziguador, respeitador, apaixonado, correto, inteligente, amigo, leal, observador, ponderado, decidido... eram tantos atributos que se tornou meu ídolo e não me canso de dizer.
Foram 35 anos de convivência com meu amigo do peito, muitos dias de conversas alegres, confidências, carinho sincero e sobretudo de escuta dos seus relatos emocionados sobre seu tema preferido: Lampião.
Quanta sabedoria!
Jamais vou esquecer seu amor pelos netos, bisnetos, pela família, enfim não vou esquecer sua voz cantando e alegrando a casa tão grande em Nazaré.
Cada dia que compartilhamos fez-me crer que o amor que seus netos e bisnetos lhe dedicaram foi merecido porque nosso amado se derretia ao vê-los chegarem e mais feliz ficava com o barulho de tantos ao mesmo tempo e isso me encantava ao vê-lo com noventa e tantos anos feliz com toda essa balbúrdia.
Seu João apreciava viver e, principalmente, interagir. Jamais vi esse homem isolar-se dos grupos familiares ou de amigos o que é normal nos idosos. Ele gostava da vida, era ativo, conversava, gostava de música, dava boas risadas, apreciava barulhos e sabia dar sábias opiniões.
Sempre que me lembro de momentos importantes com ele, revejo minha filha Karyny, sua neta, novinha, deitada numa rede, os olhinhos vivos e atenta ao que ouvia. Era pai João cantando e gravando o dia todo suas músicas preferidas, entre elas Ninon e o mais impressionante era a preferida de Karyny também, era tanto o gosto dela por essa música que se a gente falasse ela dizia logo: cuta, cuta, Ninon... O que fazia seu João enchê-la de mimos e dar muitas gargalhadas, imitando sua fala.
São passagens inesquecíveis.
Outra recordação muito forte é do dia que eu comuniquei a decisão de ser ele e dona Gisélia os padrinhos do meu filho Nuno (seu neto), vi lágrimas nos seus olhos e sei que era de alegria e emoção.
Entre nós existia uma cumplicidade muito grande, muita confiança e respeito.
Todas as suas decisões eu conheci e tudo que lhe envolvesse eu compartilhava, por sua vontade.
Ele amava e respeitava suas noras, não sei de nenhuma que não lhe amasse.
Quando a gente pensava que não havia mais espaço para tanto amor, eis que chegam novos inquilinos para seu coração e tudo foi redobrado porque dava gosto de ver a relação desse menino grande com seus bisnetos.
Ah! Que festa todos juntos!
Para não deixar passar os bons momentos, lembrei-me do dia da abertura da festa de Nossa Senhora da Saúde de 2011, sua última festa, levei para Nazaré seu grande amigo Pe. Luizinho, Manoelzinho sanfoneiro, Adelma Raquel, a quem ele queria muito bem, e João Rafael seu bisneto. Após a missa ficamos no terraço e Pe. Luizinho começou a cantar. Como seu João gostava de ouvi-lo! Depois, João Rafael que estava iniciando a tocar sanfona, tocou e ele por várias vezes se emocionou e as lágrimas caíram.
São tantas lembranças boas que vêm a mente nesse dia que se vivo estaria comemorando seus 100 anos, que não me contive, senti vontade de compartilhar porque sei que por esse mundo a fora está muita gente que o conheceu e, como eu, sente saudades desse grande homem.
Sempre fico falando a meus filhos, meus netos, a grande contribuição que esse avô deles deu a Carnaíba, principalmente, quando vereador, pela seriedade, honestidade e responsabilidade com que desempenhou seu mandato.  A Câmara deve sua liberdade e organização a ele. Outro marco importante foi o retorno de Zedantas a Carnaíba, através do busto que ele pós em praça pública, lembrando aos carnaibanos a existência desse ilustre poeta. Lembro de sua luta com um livro de ouro, visitando pessoas, autoridades e pedindo sem nenhuma cerimônia ajuda financeira para devolver o carnaibano Zedantas a sua terra. Vi sua alegria ao receber a família de Zedantas, Luiz Gonzaga, Deputados, toda região do Pajeú, Moxotó, Ipanema, outros Sertões, naquele dia 14 de Outubro de 1978, mesmo sem ser filho de Carnaíba demonstrar um amor que nem todo filho nascido na terra sente.
Seu João, com seu gesto, inspirou-nos a dar continuidade a essa homenagem.
Pois é, falei tanto... talvez o que senti nesses dois anos de ausência material eu desabafei um pouco.
Continuo chorando sua ausência e com certeza nunca vou esquecer esse homem que não foi apenas meu sogro, mas um amigo que me quis como filha e eu abracei como PAI.
João Gomes de Lira deu exemplo de união a sua família, aos amigos, portanto merece todas as homenagens e respeito de seus filhos, netos, parentes, enfim, não devemos esquecer sua contribuição nessa vida, que foi muito valiosa em todos os lugares onde trabalhou e residiu.

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